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Por Marcelo Bozi

Tive a oportunidade de cursar recentemente uma capacitação em Gestão de Mídias Sociais. Isso para poder gerenciar um novo projeto do qual farei parte. Uma das melhores coisas que estas ocasiões nos propiciam é, sem sombra de dúvidas, a convivência com quem atua diretamente na área. Além, claro, de poder renovar a bagagem prática com pessoas de referência no mercado. E como não podia deixar de ser, o grupo compartilhou os prazeres e as mazelas que são naturais de qualquer segmento. Ainda mais se tratando de matérias humanas.

Um dos temas mais abordados em sala de aula tratava da reputação que algumas empresas tentam imprimir no ambiente digital, que nem de longe reflete como elas de fato são, e como se comportam no mundo físico. Tentam se valer de maquiagens de bits que não se sustentam. E os profissionais sérios, diante desta constatação, tendem a recusar o trabalho. Sejam agências digitais ou autômonos (a maioria dos participantes se enquadrava nesta última categoria).

O período do curso coincidiu com o escândalo envolvendo o esquema fraudulento desenhado para burlar o controle de emissão de poluentes em carros a diesel de uma gigante automotiva alemã. E foi tema de várias linhas de discussão no nosso grupo  – da turma de GSM – em um aplicativo de mensagens instantâneas. Inspirado por essas manifestações e, invertendo os papéis (me colocando no lugar de um Gestor de Mídias Sociais sério, e deixando um pouco de lado a minha posição de chefe, que contratará pessoas com este perfil em breve, se o projeto decolar) fiz uma reflexão intitulada “Esses são os meus termos, moço da carteira”.

Refletem a preocupação destes profissionais que fazem muito mais do que gerar conteúdo (posts, textos, infogramas, vídeos, etc.) para mídias sociais: focam em resultados, e usam a reputação empresarial como alicerce. Se você pretende colocar a cara da sua empresa neste mundo fascinante e cheio de oportunidades, é bom ler isso antes e fazer o seu dever de casa. Pode evitar muitas frustrações e situações vexatórias.

Estes são os meus termos, moço da carteira

Olá moço da carteira. Sou um Gestor de Mídias Sociais. Ou “GMS”. Sim! Você procurou e eu estou aqui.
Pretendo ser sua bússola no ambiente digital, ou numa parte bem específica dele que “é sua” mas que sua carteira não pode comprar.

É do Zuckeberg. É do Larry Page e do Sergey Brin. Dentre outros. Portanto, há de se saber usar.

É uma relação de linhas tênues. Como aquele seu vizinho que deixa você passear com o cão dele. Mas tem que saber cuidar.
Rola aí toda uma questão de afeto. Zelo com a cria. Entende? É algo seu que não é seu. Mas usando direito, sério e bem-feito, tende a funcionar.

Para tanto, precisamos estabelecer alguns pré-requisitos. Parece complicado? Fique tranquilo pois não são termos esquisitos.
Nada de código; remarketing; SEO; URL…

São coisas que nasceram bem antes do “www”. Coisas que você tem aí, escancaradas. Ou implícitas e que precisaremos evidenciar.

E se não tiver, acredite em mim moço da carteira: por mais que ache que tenha tudo pra sair na dianteira, nem adianta começar.

Vamos começar com o que não passa pelos fios, e nem pelo wi-fi. Sem essa plataforma antiga, tudo o que se põe em cima – moço da carteira: um dia cai:

1) Legítima preocupação com o mundo

Uau… soou profundo? Mas irei explicar:

Lembra daquela máxima “o cliente tem sempre razão“? Essa é sua verdade absoluta? Pois digo que não deve ser não.
De que adianta o cliente satisfeito, se isso agora ou lá na frente, a venda prejudica outro sujeito?

Bicho, árvore, peixe, adulto ou criança. Se isso ocorrer, sua campanha, seu nome, e tudo mais que você construiu, simplesmente dança.

Se nunca se preocupou com isso, vou te orientar pra se realinhar. Se não quiser, tem book rosa aí pra você contratar.

Na sua passarela, rica, pomposa ou singela, saiba que não irei modelar. Por mais que queira pagar.

Moços com carteiras tem vários. Mas NOME só recebi um. Não vale a pena sujar.

2) Chamar visita sem arrumar a casa

Briga com a patroa.

Faz vergonha nos filhos.

Vê o vizinho prosperando e só se inveja. Não se inspira e faz algo pra mudar.

A casa continua tóxica e caída. Imunda.

Rachaduras morais. Conflitos trabalhistas. Suborna o leitor do hidrômetro.

O moço da luz. Coloca amido no leite e vende como catupiri. A moça que atende o telefone é grossa e cheia de “mimimi”.

O mundo digital não é Shangrilá. O que você é em casa, é exatamente o que vou espelhar lá.

Vai dar trabalho eu sei. Mas se não for isso, nem vai ter “não diga que te avisei”. Porque não vou topar!

3) Faço bom e bonito de fato. Mas não é bem assim “barato”

Vender é uma arte, mas post não vende sozinho. E esqueça de tudo o que já fez seu sobrinho!

GMS é coisa de Davinci. Arte, matemática, literatura, ciência, física e requinte. Trago comigo a expertise de vinte pessoas, mas por enquanto, apenas duas ou poucas outras mãos.

E, apesar de bonitinhos, o que irá ver na tela não serão testes vãos. É a pontinha do iceberg de um trabalho bem maior.

Poderia enumerar mais outros tantos pré-requisitos. Infinitos.
Mas eis aqui o meu “feijão com arroz”. Se der pra começar assim, acredite em mim: evoluímos em outras depois.

Moço da carteira: para eu poder começar, é só assinar aqui. Depois da rubrica da minha advogada: a Dra. Transparência. E acima do meu sócio: o Sr. Profissionalismo. Isso… abaixo da rubrica do auditor: O Sr. KPI Resultados da Silva.

Fonte: http://www.administradores.com.br/