Mídias Sociais são ambientes de relacionamento, não canais de vendas.
O grande desafio para sua marca é ser convidado para essa festa virtual. É conquistar, nas plataformas de interação digital, a inversão do vetor de Marketing: ser encontrado, ao invés de encontrar.
Aceite isso. Seu público-alvo não está no Instagram ou no Facebook para fazer negócios. Ele quer convivência e emoção.
De acordo com pesquisa do Consumer Barometer with Google, no Brasil, 78% das pessoas utilizam a internet para se divertir.
Então é hora de personificar sua marca. Isso se você quiser fazer parte do jogo. Compor seu branding com traços humanos para poder se relacionar. Transferir características que encantem e gerem identificação com suas personas.
Conhecer o conceito de arquétipos e usar modelos ideais que já estão prontos no inconsciente do consumidor é uma solução testada e aprovada. A junção entre ciência e marketing, o neuromarketing, vem sendo cada vez mais aplicado em estratégias on e off-line.
Mas o que são arquétipos?
Arquétipos são modelos ideais da nossa mente. A publicidade adaptou o conceito do psicólogo Carl Gustav Jung através de uma série de arquétipos presentes dentro de cada indivíduo e transferiu suas características para as marcas.
Quando algum arquétipo é decodificado pelo nosso cérebro, alguns neurotransmissores e hormônios são produzidos, influenciando nossas emoções, sentimentos e decisões.
Compreender o arquétipo dominante do seu público-alvo, e até mesmo fazer combinações com arquétipos secundários, ajuda a marca a posicionar-se no mercado e a estabelecer o tom de voz correto para se relacionar. Ter uma personalidade clara ajuda a criar grandes histórias.
Essas histórias, o aclamado storytelling, farão toda diferença na hora de vender. Narrativas relevantes de uma marca que conseguiu criar um laço com seu público. Na economia da atenção não é possível fixar-se na mente do consumidor com relações superficiais. É o momento de se tornar significativo.
O desafio Pepsi e as memórias afetivas
Marketing é feito para pessoas. Não para marcas. Gente que sente e pensa. Provavelmente, mais sente do que pensa. Que tem preferências e que busca representações. Que associa memórias e emoções às marcas que decide comprar.
Marketing é feito para vender. Sejam ideias, produtos ou serviços. E é para estas pessoas, permeadas de decisões emocionais, que você vai vender. Mesmo no digital. O trabalho dos arquétipos na consolidação da sua marca vai criar a identificação que você precisa com o público.
Neste cabo de guerra entre pensamento racional e emocional, ative os estímulos inconscientes através das associações positivas de sua marca ao arquétipo dominante do seu público. Não caia no arriscado limbo de apenas listar os benefícios do seu produto. No fim a compra não será meramente racional.
Afinal, é por meio das emoções que o cérebro codifica o que tem valor. Em 1975, nos Estados Unidos, os executivos da Pepsi decidiram lançar: o Desafio Pepsi. Centenas de pessoas foram abordadas em pontos de venda para experimentar dois copos de refrigerante de cola: um de Pepsi e outro de Coca-Cola.
Não havia qualquer identificação de qual copo pertencia a qual marca. As pessoas foram questionadas: “qual bebida você prefere”?
O resultado foi surpreendente: mais da metade dos voluntários preferiram a Pepsi.
Um dado a ser comemorado, certo? Errado. Nas gôndolas as vendas continuaram a privilegiar a Coca-Cola. Não fazia sentido.
Trinta anos depois, no livro Blink – A decisão num piscar de olhos, Malcolm Gladwell apresenta uma interpretação parcial deste resultado. O Desafio Pepsi era um teste de degustação. Ele cita a ex-executiva da Pepsi, Carol Dollard, que explica a diferença entre tomar um gole de refrigerante e uma lata inteira. Em um teste de degustação as pessoas preferem o produto mais doce – nesse caso a Pepsi – , porém, ao beber uma quantidade maior, preferem o menos açucarado.
Dois anos antes do livro de Gladwell, o neurocientista, Dr. Read Montague, da Faculdade Baylor de Medicina, em Houston, decidiu aprofundar-se sobre estes testes. Ele revisou o estudo usando um aparelho de IRMF para monitorar o cérebro de 67 pessoas. O resultado: 75% dos pesquisados disseram que preferiam Coca-Cola.
Dr. Montague permitiu que as pessoas soubessem qual refrigerante estavam degustando e observou um resultado interessante: duas áreas do cérebro participaram de um cabo de guerra entre pensamento racional e emocional.
Durante aquele milésimo de segundo, as emoções venceram. Ou seja, as associações positivas com a marca Coca-Cola. O Papai Noel com o vermelho Coca-Cola, os slogans sobre felicidade, as famílias fofas de ursos polares e as lembranças afetivas dos almoços de domingo privilegiaram em detrimento da razão.
Quando uma marca diz ao seu público: – “Posso te ajudar?” ela deveria necessariamente ouvir a resposta: – “Quero que ajude a ser como você”. Isto poderia ser considerado o seu maior sucesso em branding.
Fonte: pt.semrush.com