Entre designers, ilustradores e especialistas em comunicação visual, a palavra Pantone parece ter se tornado sinônimo de paleta de cores, não é mesmo? Mas você realmente sabe o que é Pantone? A Pantone Inc. — pertencente à X-Rite desde 2007 — é uma conhecida empresa americana da área gráfica que desenvolve sistemas codificados de cores, sendo essa a sua principal atividade, mas não a única.

Hoje, essa gigante da indústria gráfica é muito mais que um idioma de cores. É também referência na indústria têxtil, moda, tintas e plásticos, além de ser muito utilizada na área de decoração de interiores por designers e arquitetos. A marca é notória por seus inúmeros nomes e códigos para todos os tons que você for capaz de imaginar.

Mas, para entender desde o início, façamos um breve tour histórico para ilustrar e colorir melhor a trajetória desse fenômeno. Vamos lá?

Como e quando surgiu a Pantone?

Tudo começou em 1963, pelas mãos de Lawrence Herbert, fundador da companhia Pantone Matching System ou PMS (Escala de Cores Pantone, em português). Ele foi o responsável pelo desenvolvimento do primeiro sistema de identificação precisa de cores, por meio de numeração, livre da subjetividade humana.

Criou a série desse modo por acreditar que o espectro de cores é visto e interpretado de maneira diversa pelo olhar de cada indivíduo. Além disso, naquela época, a pouca tecnologia de direcionamento das cores resultava em muitos erros. A quantidade de tonalidades disponíveis não era suficiente para compor uma cor específica e, com isso, era comum que as impressões ficassem com cores incorretas.

Herbert sabia que havia nuances como roxos avermelhados ou roxos azulados, sombras quentes e frias, matizes, tons escuros e claros. Porém, os erros eram inevitáveis e apareciam toda vez que surgiam tonalidades insuficientes para serem usadas.

Sistema de organização das cores

Diante desse impasse, Laurence Herbert deu início ao seu badalado sistema de organização de cores, que, inicialmente, contava com dez itens no catálogo. O objetivo era diminuir as variações que saíam erradas e garantir a uniformidade nos impressos.

Embora não tenha sido a primeira a sistematizar uma linguagem padronizada, a Pantone se transformou em uma autoridade que a tornou a mais famosa até hoje. Para a época, era uma ferramenta avançada e facilitava a réplica exata das tonalidades por meio do sistema de numeração, amplamente usado por designers e profissionais da área.

Nos anos de 1970, a marca já havia vendido mais de cem mil catálogos, e, hoje, a companhia estima uma quantidade de impressos na casa dos milhões. O controle dos gráficos é rigoroso e a marca padronizada já é a mais usada no mundo todo, exceto no Japão.

Qual a relevância e as aplicações do sistema Pantone?

Com iniciativas de marketing bem direcionadas, no início do ano 2000, a empresa alcançou força global. Atualmente, não se trata mais de fornecer paletas específicas, mas de um complexo com diversas vertentes.

Hoje, dispõe das Cores do Ano, o Instituto de Cor Pantone, Cafés, Hotéis Pantone, sem falar nos produtos, como teclados de iPhone, canecas, calçados, maquiagem e sua relação com a indústria do cinema (como o amarelo exclusivo em parceria com os Minions) — tudo demonstrando sua potência e destaque no mercado.

Já demos, aqui, uma amostra da expansão dos domínios da Pantone para além dos padrões gráficos, que representam a maior parte da sua renda. Contudo, seu negócio também abarca outros campos, como design industrial, interiores e moda, já que todos precisam desse padrão em seus projetos.

Considerando as diferenças entre as cores qualificadas para decoração e moda, por exemplo, os nomes são próprios para cada segmento, com as devidas associações. Laurie Pressman, vice-presidente do Pantone Color Institute, declarou que as pessoas têm necessidade de se comunicarem com as cores, por isso, a paleta de cada segmento deve conter diferenciações para atender a essa demanda.

Como aplicá-lo?

Quem lida com materiais gráficos impressos sabe que, para um resultado satisfatório de cores, é preciso trabalhar com o sistema CMYK, que combina pigmentos nos tons ciano, amarelo, magenta e preto, conhecido como quadricromia. Esse método de subtração de cores funciona por meio da absorção de luz.

Além desse sistema, a indústria gráfica trabalha com o Pantone, que também é chamado de cor direta ou spot color, em inglês. Ele é usado para conseguir a cor exata, especialmente quando o assunto é logotipo. Tendo em vista a sua precisão, esse sistema é impresso fora da composição CMYK, ou para complementá-la.

Ao optar pela escala Pantone em projetos gráficos, é necessário adquirir a tinta correspondente e misturá-la obedecendo a fórmula constante no guia. Dessa forma, o sistema só deve ser incluído na paleta de cores se o produto tiver de ser impresso com essa tinta específica.

Então, quais casos pedem o uso da escala Pantone? Nas seguintes situações:

  • quando há necessidade de trabalhar com uma ou mais cores não representadas pelo sistema CMYK;
  • quando o projeto demanda cores fluorescentes ou metalizadas;
  • quando há obrigatoriedade de manter o padrão de cores estabelecidos por uma marca ou produto.

É importante lembrar que o sistema Pantone não é aceito em fotos coloridas, bem como em impressão digital. Essas devem ser convertidas e impressas em CMYK. No entanto, pode ser aplicado em offset.

Em relação aos códigos das cores, sabemos que eles funcionam como suas identidades — e cada cor tem o seu. Normalmente, são compostos por três ou quatro números e uma letra: C ou U. E qual é o significado disso? A letra C representa coated (revestido) e significa que o papel usado para ser impresso tem um revestimento especial. A letra U simboliza uncoated, ou seja, não há revestimento a ser usado.

Parece insignificante, mas esse detalhe faz toda a diferença no resultado do trabalho impresso — por isso, fique atento às letrinhas.

O que é a cor Pantone do ano e como é escolhida?

Essa tendência começou em 1999, com o sucesso do “cerulean”, a cor eleita para o esperado ano 2000, representando o milênio como um tempo de tranquilidade e paz. Desde então, anualmente a marca se encarrega de pesquisar a tendência para o ano seguinte e lança a “Cor do Ano”.

Nos últimos dez anos, tivemos a seguinte sequência de tendências para cada ano:

  • 2018 — Ultra Violet;
  • 2017 — Greenery;
  • 2016 — Rose Quartz e Serenity;
  • 2015 — Marsala;
  • 2014 — Radiant Orchid;
  • 2013 — Emerald;
  • 2012 — Tangerine Tango;
  • 2011 — Honeysuckle (Madressilva);
  • 2010 — Turquoise;
  • 2009 — Mimosa;
  • 2008 — Azul Iris.

Vale dizer que a cor do ano é escolhida com base em meses investidos em pesquisas culturais, tendências e sentimentos do público ao redor do mundo. Tem um caráter criterioso, com ampla influência no design.

Essa iniciativa demonstra que as cores podem ser ferramentas poderosas. Pensando nisso, a Pantone criou o Instituto da Cor, com o intuito de ajudar as marcas a desenvolverem e compreenderem melhor sua aplicação.

Quando usamos as cores de forma coerente, com a devida análise antes de aplicar em qualquer lugar, somos capazes de promover mudanças e influenciar comportamentos. Então, agora que você já sabe o que é Pantone, aplique com sabedoria!

Fonte: https://blog.revendakwg.com.br