Feitas as descrições após a hashtag, estas são reproduzidas em aplicativos de áudio descrição, facilitando o entendimento dos deficientes visuais

Muitas pessoas já viram a hashtag #PraCegoVer em descrições de imagens no Facebook, mas talvez não entenderam o porquê desta ferramenta. Pois então, trata-se de um projeto que dissemina a cultura da acessibilidade nas redes sociais, com foco em pessoas com deficiência visual.

Portanto, ao usar esta hashtag, o usuário permite que um deficiente visual saiba o que está inserido na imagem postada, tendo em vista que é necessário expor uma descrição do que contém na foto.

Como surgiu a ideia?

Existe uma estimativa de que no Brasil existam 6,5 milhões de pessoas com deficiência visual, onde 585 mil são totalmente cegas.

Estas pessoas, ao contrário do que o senso comum pode impor, vivem experiências bem semelhantes as das pessoas com a visão saudável.Portanto, elas trabalham, estudam, saem para se divertir e também usam da tecnologia, inclusive do Facebook. Neste último caso, por exemplo, seria necessário ter ferramentas que indicassem descrições das imagens que são propagadas.

Assim surgiu o #PraCegoVer, um projeto que saiu dos livros para a internet a partir da professora especialista em educação especial na perspectiva da educação inclusiva, Patrícia Braille. A docente, que também escreve livros, já utilizava desta ferramenta em suas obras na descrição das imagens.

Mas, foi levando em consideração a crescente utilização do Facebook que a professora sentiu a necessidade de expandir o projeto virtualmente. E desta forma várias páginas e pessoas estão aderindo a esta hashtag em suas postagens.

Forma de usar a hashtag

Para utilizar esta ferramenta é realmente muito simples. Basta que na publicação, após colocar a legenda normalmente, o usuário adicione o #PraCegoVer e em seguida, faça uma descrição da imagem. Por exemplo, primeiro escreve o que se trata, se é foto, desenho, charge, tirinha, ilustração etc.

Depois é bom especificar se ela tem algum efeito exclusivo de cor, preto e branco, sépia, cinza entre outros. Vale ressaltar, porém, que se a foto for colorida, não é preciso adicionar na descrição, uma vez que o usuário vai especificar as cores de cada item que compõe a imagem.

Depois, é só descrever o que contém na foto seguindo a sequência da escrita e leitura ocidental, isto é, da esquerda para direita e de cima para baixo. Para compreender melhor, basta procurar na internet páginas no Facebook que já utilizam esta ferramenta e auxiliam a leitura dos deficientes visuais, como no próprio Face da Coca-Cola e no do Conselho Nacional de Justiça.

Feitas as descrições após a hashtag, estas são reproduzidas em aplicativos de áudio descrição, o que facilita  entendimento dos deficientes visuais e os incluem dentro da tecnologia.

Fonte: www.estudopratico.com.br