No período no qual ocorreu uma série de mudanças na Europa – a Revolução Francesa – só quem tinha posses, terras e dinheiro, é que possuía, na realidade, o poder. Isso porque somente pessoas ricas detinham as informações da referida época. E como certa vez pregou Gilberto Dimenstein: “quem sabe mais, pode mais”.

Com o início da tomada do governo e autoridade pelos burgueses, a sociedade começou a ser despertada para a busca e a necessidade de informação e conhecimento. Foi neste período, então, que surgiu o desejo pelo saber, nascendo uma nova era onde a informação e o acesso a ela tornaram-se tangíveis, e em suma, muito importantes. Os veículos de comunicação – principalmente jornais impressos – eram o carro-chefe que, na verdade, levavam consigo opiniões pessoais sendo propagadores de ideologias o que, portanto, os fazia parciais.

O que vemos hoje é um mundo abarrotado de informações. Nunca, em toda a história universal, foi tão importante ser bem informado. De acordo com o professor de Neurologia e Psiquiatria da Universidade da Viena, Viktor Frankl, “vivemos numa sociedade de superabundância; essa superabundância não é somente de bens materiais, mas também de informações.”

Uma pesquisa realizada pela Universidade da Califórnia indicou que em 2002, foi produzida em todo planeta um volume de informação “suficiente para ocupar 500 mil bibliotecas iguais a do Congresso norte-americano (idem p. 153). Indícios de que vivemos em um tempo de mensagens e números. Portanto, o jornalismo é uma prova concreta desta busca por dados, já que seu objetivo maior é o de informar.

Em um mundo onde quem pode mais é quem sabe mais, o jornalista tem o papel de “ir atrás” da informação, desenvolvê-la em suas diferentes versões e passá-la ao leitor, ao ouvinte, ou expectador. De forma resumida, é possível dizer que o jornalista possui a obrigação de saciar uma necessidade comum à maioria: saber e conhecer para poder; o que faz dele um profissional de suma importância não só hoje, mas de papel significativo em toda a história universal.

Responsabilidade

Como parte de seu papel, o jornalista, além de absorver e transmitir novos conceitos e ideias, ele pode, também, denunciar, debater e levar ao conhecimento público males praticados contra o povo como atos de corrupção e descaso em relação aos direitos e deveres dos cidadãos.

Essa é uma profissão de risco e é preciso ter amor por ela. Afinal, não há prazer nas mazelas humanas, nem em seu sofrimento, produtos constantes da mídia. Em meio á más notícias, deve-se manter em mente que não há total imparcialidade ao retratar os fatos, nem tampouco alegria em perceber que o mundo onde vivemos é repleto de violência, injustiça, impunidade e corrupção. Mas o jornalista é, também, responsável por repartir “a verdade”, descobrir o encoberto, desmascarar o fajuto, brigar por justiça e fazer valer o direito que todos nós possuímos: o de saber o que desejamos.

Além do que nosso dever maior é para com a sociedade, nossa fonte de inspiração e, ao mesmo tempo, nosso objetivo final de trabalho. Em suma, é como disse o jornalista Ricardo Kotsho: “ser jornalista não é uma opção profissional, é uma opção de vida”.