A arte de propagar não é uma exclusividade dos tempos modernos, desde os primórdios da humanidade formas primitivas de comunicação já garantiam que a mensagem fosse levada ao público. Um exemplo foram os comerciantes de vinho da Mesopotâmia que anunciavam em axones (pedras talhadas em relevo), e os gregos que gravavam suas mensagens em cyrbes (rolos de madeira).

Já na Roma Antiga, a propaganda em outdoor parecia mais como é atualmente: retângulos divididos por tiras de metal instalados em muros. Qualquer interessado poderia escrever com carvão mensagens de venda, compra ou troca de mercadorias.

Podemos citar as inscrições pré-históricas nas cavernas, os hieróglifos egípcios nas paredes dos templos, mas, obviamente, o cartaz, da forma que hoje o conhecemos, só passou a existir quando se tornou viável a impressão sobre papel.

A partir de então, a Igreja e o Estado passaram a utilizá-lo sob a forma de monopólio. Os cartazes anunciavam feiras, festas públicas, convocação de soldados para guerras e até esclarecimentos à população. Até que em 1772, a proliferação da propaganda era tão grande que a profissão de colador foi regulamentada.

Em 1793, através da invenção da litografia pelo austríaco Alois Senefelder, foi possível o aperfeiçoamento da impressão dos cartazes passou a ser mais rápida, foi quando artistas plásticos se interessam pelos cartazes. O pintor Jules Cheret foi o autor do primeiro desenho litográfico a cores, o Orphée aus Enfers, de 1858.

O outdoor no Brasil

A instalação da primeira empresa exibidora de outdoor do país foi em 1929, em São Paulo. A Publix fundada pelo italiano Amadeo Viggiani e por Marta Paturan de Oliveira, e existe até hoje. Naquela época, os outdoors eram pequenos, recortados de forma oval e afixados em postes.

Viggiani colava cartazes sobre placas de ferro fundido, já Antonio Barsanti (fundados da Pintex, em 1936) pintava luminosos em vidro e cristal, e reclames nas fachadas das lojas.

Os anúncios eram pintados a mão, por isso foi possível o desenvolvimento de uma grande uma escola de letristas e ilustradores de cartazes, que em sua maioria eram de meia folha, instalados nas plataformas e paradas de bondes através da Companhia de Cartazes de Bonde.

Foi quando começaram a surgir os quadros de duas e até quatro folhas, impressos em gráficas que estavam começando a se especializar em cartazes.

As mensagens coloridas que anunciavam o tradicional “Larga-me! Deixa-me gritar! Xarope São João, contra tosse e bronquite produz alívio imediato”, por exemplo, começaram a chamar atenção da população.  Foi, inclusive, esse anúncio um dos primeiros a utilizar o outdoor de quatro folhas.

A implantação dos cartazes de oito folhas gerou um grande impulso para o meio, e revelou para o outdoor importantes anunciantes. Como ainda não havia sido desenvolvido o sistema de gigantografia, os desenhos eram feitos a mão, diretamente na chapa de impressão por desenhistas especializados, conhecidos como decoradores.

Até a da década de 50 ainda era possível ver nas grandes cidades os cartazes de quatro folhas. Porém, não havia critérios de padronização entre as empresas exibidoras e existiam cartazes de 8,16, 32 folhas e até de 64.

Alguns cartazes de anunciantes multinacionais já vinham prontos de outros países. O formato estrangeiro era de 24 folhas, e não havia no Brasil tabuleta para este padrão. Dessa forma, tinham de ser refilados manualmente, com o máximo de cuidado, e colados nas tabuletas de 16 folhas, evidentemente desagradando os anunciantes.

Em meados dos anos 60 nasce o cartaz de 32 folhas. Como seria inviável retirar todos os cartazes de 16 folhas e substituir pelos de 24 (padrão adotado em vários países), optou-se simplesmente pela colocação de uma nova tabuleta de 16 ao lado da anterior, nascendo assim o brasileiríssimo cartaz de 32 folhas.

Através da gigantografia, finalmente as campanhas de outdoor poderiam utilizar os mesmos cromos dos anúncios de jornais ou revistas, dispensando os decoradores e facilitando muito a integração da campanha publicitária.

Ainda assim, se a impressão dos cartazes evoluía cada vez mais e a instalação de tabuletas era feita de maneira desorganizada. A cada interesse do anunciante era desenvolvido um formato de tabuleta ou de colagem nova, o que causou desorganização visual nas cidades. Todo terreno que pudesse ser alugado se transformava em local para instalação de novas tabuletas e a preocupação passou ser mais sobre a quantidade do que sobre a qualidade.

Fonte: http://www.camacarioutdoor.com.br/