Já no campo da estratégia, Henry Mintzberg (MINTZBERG et al, 2003) propõe o que ele denominou de os 5 Ps para estratégia, pois como sabem os estrategistas, a estratégia possui como único consenso a inexistência de um conceito único para definir o que seja estratégia.

Mintzberg procurou então utilizar os Ps para facilitar a apresentação de cinco definições diferentes que consideram a estratégia como: plano, pretexto, padrão, posição e perspectiva, sendo;

→ plano – essa definição de estratégia é a mais comum, com aplicação em diversos campos como o militar, na teoria dos jogos ou na administração. Para a maioria dos gestores a estratégia constitui uma espécie de plano de ação para uma empresa atuar em dado mercado e conquistar e manter vantagem competitiva;

→ pretexto – derivada da definição de estratégia como plano, Mintzberg destaca que a estratégia também pode ser um pretexto ou manobra com o qual a empresa busca induzir seus competidores a uma percepção equivocada de seus movimentos competitivos e, com isso, conquistar vantagens competitivas. O exemplo destacado por Mintzberg seria o anúncio de expansão da capacidade de produção de uma fábrica como forma de desencorajar seu concorrente a construir uma nova fábrica, constituindo o “plano” apenas a ameaça e não a intenção real de expansão em si.

→ padrão – por essa definição, a estratégia é a “consistência no comportamento”, o conjunto efetivo de ações que caracterizam um comportamento resultante da organização, como por exemplo, o modelo “T” de Henry Ford oferecido apenas na cor preta. Embora nem sempre comum, muitas organizações utilizam-se desta forma de estratégia vez ou outra, uma vez que a consistência no comportamento gera confiabilidade, um atributo valioso para o mercado. Neste caso, Mintzberg diferencia as estratégias deliberadas (intenções realizadas) das estratégias emergentes, “nas quais os modelos se desenvolveram sem intenções, ou apesar delas (que se tornaram não-realizadas)” (MINZTBERG, 2003, p. 27).

→ posição – trata da forma de localizar a organização no ambiente competitivo. “Por essa definição, estratégia torna-se força mediadora – ou a ‘combinação’, segundo Hofer e Schendel (1978:4) – entre organizações e ambiente, ou seja, entre o contexto interno e externo” (MINTBERG, 2003, p.26). Para Mintzberg, essa estratégia é compatível com todas as outras anteriores e ajuda a definir a posição de uma empresa perante seus competidores ou mesmo a encontrar uma posição única, evitando a competição direta. “Astley e Fombrun (1983), […],dão o próximo passo lógico para apresentar a noção de estratégia ‘coletiva’, ou seja, estratégia que visa promover cooperação entre organizações, mesmo supostos concorrentes” (MINTZBERG, 2003, p.27).

→ perspectiva – a estratégia neste caso é definida por Mintzberg como conceito, como uma forma de se olhar o mundo e a escolha de como competir nos mercados escolhidos. Neste caso, a estratégia surge da concepção pessoal dos estrategistas coletivos e de sua visão mais ampla sobre o futuro, o que muitas organizações denominam como a nossa maneira de atuar ou o padrão [empresa] de qualidade. Minztberg destaca que “neste aspecto, estratégia é para a organização aquilo que a personalidade é para o indivíduo. […] Diversos conceitos de outros campos também capturam essa noção; os antropólogos referem-se à ‘cultura’ de uma sociedade, e os sociólogos à sua ‘ideologia’; os teóricos militares escrevem sobre ‘a grande estratégia’ dos exércitos; teóricos da administração usaram termos como ‘teoria dos negócios’ e sua ‘força motriz’ (Drucker, 1974; Tregoe e Zimmerman, 1980); e os alemães talvez capturem melhor o sentido com sua palavra ‘weltanschauung’, literalmente ‘visão de mundo’, significando como a intuição coletiva funciona” (MINZTBERG, 2003, p.27).

 

 

 

Fonte: liderestrategico.wordpress.com